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Anadia // Bairrada // Sangalhos  

Anadia: Populares sentem-se abandonados pela autarquia

A população do Paraimo, na freguesia de Sangalhos já, por várias vezes (mesmo em anteriores executivos), veio a público lamentar a alegada falta de atenção dada pelas sucessivas autarquias ao lugar.
Desde a falta de limpeza, às constantes ruturas na rede de água, até à falta de saneamento, são muitos os lamentos proferidos pelos populares.
Por exemplo, na Rua Ladeira da Pedra, a estrada há muito que precisa de alcatrão. Também os moradores da Rua de S.Francisco, principal arruamento do lugar, criticam a falta de brio na limpeza das valetas.
“Andaram aqui há algumas semanas atrás, roçaram as valetas e deixaram os montes de erva na beira da estrada”, diz-nos Amílcar Ferreira. Uma situação confirmada por Fernando Aires: “deixaram a erva para trás depois de roçada. Os carros passaram na estrada e espalharam o lixo todo”. Por isso, sentem-se votados ao abandono pela Junta de Freguesia de Sangalhos.
António Silva também reside na Rua Ladeira da Pedra é uma outra voz crítica que se faz ouvir: “o terreno de minha casa confina com terreno da autarquia que não é limpo. Resultado, tenho de ser eu a gastar dezenas de euros em herbicidas para limpar o que é meu e o que não é”. Cansado de pedir mais limpeza (por causa das cobras, ratos e lagartos) na rua onde reside, diz: “Somos cidadãos como os de Sangalhos, S.João de Azenha ou de Sá”, lamentando existirem lugares na freguesia que recebem mais atenção por parte da autarquia, liderada por António Floro, argumentação também corroborada por Amílcar Ferreira e Fernando Aires: “o Paraimo é desprezado”.

Situação mais grave. O caso mais dramático é vivido por Joaquim Arménio e Fernanda Pinto. Ex-emigrantes em África do Sul, regressaram há cerca de uma década e habitam uma casa no Paraimo. Localizada na Rua Fonte da Póvoa, num local ermo, junto à ZI do Paraimo, viram-se sempre a braços com a falta de limpeza dos terrenos no acesso a sua casa. A estrada é em terra batida. Água canalizada, saneamento básico e iluminação na via pública são coisas que não existem por estas paragens.
“Água, tenho a do poço, mas saneamento e alcatrão na estrada é que nem vê-los”, diz Fernanda Pinto, que tem medo de toda a bicharada que lhe ronda a casa: cobras, sardões, ratos e até javalis são frequentes, mas o mais grave, a seu ver, são os acessos à residência, muitas vezes quase bloqueados por silvas e densa vegetação.

Explicação. O autarca António Floro lamenta e contesta as acusações: “temos feito tudo o que podemos em todos os lugares da freguesia”, dando conta de que algumas prioridades para as populações, podem não coincidir com as prioridades da Câmara Municipal, nomeadamente ao nível de alcatroamento e saneamento.
“Vamos continuar a dar conta dessas necessidades”, mas o autarca sangalhense sublinha que em relação àquele caminho em terra batida, a JF vai tapando e colocando tout venant nos buracos, assim como, dá conta de ter gasto, na última semana, 800 euros só na escritura para legalizar os terrenos das capelas do lugar.
“Neste momento, temos outras ruas na freguesia com ervas enormes. Não temos meios para fazer mais, ou para chegar a todo o lado ao mesmo tempo, com a agravante de ter o funcionário, motorista do trator, com baixa médica”, diz sublinhando ser “injusto, pois fazemos o que nos é possível, com os meios que temos”.

CC