No passado dia 25 de setembro, Sangalhos celebrou os 40 anos de elevação a vila. A data foi assinalada numa Assembleia de Freguesia, marcada pela emoção, uma vez que reuniu, pela última vez, no atual mandato (2021-2025).
Assim, foi em jeito de despedida que, no âmbito das comemorações, usaram da palavra os representantes dos partidos com assento na Assembleia de Freguesia. Ainda por iniciativa da Assembleia de Freguesia e numa sessão muito participada, representantes dos vários movimentos associativos da freguesia receberam um diploma que homenageia o valioso contributo que prestam à comunidade e pelo papel que desempenham na valorização de Sangalhos.
40 anos de vila em revista
Na hora dos discursos, Luís Seabra Lopes, do PSD, que começou por fazer algumas considerações históricas acerca de Sangalhos, destacou o facto da freguesia continuar a ser “uma terra dinâmica e empreendedora, como sempre foi” e que “o título de vila é parte do nosso legado enquanto sangalhenses”.
“Cabe-nos proteger e valorizar esse legado para as gerações vindouras”, diria, reconhecendo que nos últimos 40 anos, Sangalhos “não protegeu eficazmente uma parte importante do seu legado, que é a sua integridade territorial, sendo, hoje, reconhecido menos de 70% do seu verdadeiro território”.
De resto, a questão territorial seria um dos temas abordados também pelo presidente da Junta, Artur Salvador. “Hoje percebemos que Sangalhos em termos de território mudou, era muito maior há 40 anos. Vinte anos antes, em 1966, data das primeiras matrizes prediais, Sangalhos tinha um território imenso, mas em 1985 só uma parte foi reconhecida e essa é uma batalha que nos persegue nos últimos anos. No presente mandato, foi possível fazer um trabalho meritório para contextualizar territorialmente a freguesia”, explicou.
Aos presentes revelou que Sangalhos conta atualmente com cerca de 4100 residentes e com aproximadamente 2 mil estrangeiros a residem também na freguesia. “Já ultrapassámos a barreira dos 6 mil. Gente que trabalha no território, numa comunidade de quase pleno emprego”, acrescentou.
E, se o território foi um dos temas abordados, Joaquim Mota, da CDU, optou por fazer uma reflexão sobre a evolução da freguesia, que fora um “centro industrial dinâmico, com um tecido empresarial forte”, mas que viu muitas empresas e comércios desaparecerem. Ainda assim, referiu que “a freguesia nunca parou. Reinventou-se, adaptou-se e continuou a lutar pela sua identidade e desenvolvimento”.
“Comemorar os 40 anos de elevação de Sangalhos a vila não é apenas olhar para o passado. É também um apelo à memória coletiva, à coragem cívica e ao direito de sonhar com um futuro melhor para a nossa terra”, frisou o deputado da CDU.
Também Isilda Silva (PS), presidente da Assembleia de Freguesia, fez uma breve comparação entre o que fora e é Sangalhos. “No presente temos uma localidade bem diferente, sem armazéns, sem cerâmicas, com pouca agricultura, mas muita vinicultura e com muitas outras infraestruturas que culturalmente enriquecem Sangalhos e lhe dão visibilidade”. Por isso, não terminaria sem antes dizer que “devemos honrar o passado, vivendo o presente e construindo o futuro, ensinando os nossos vindouros a apostar na nossa terra, tornando-a cada vez mais acolhedora e com mais atividades diversificadas para que mais pessoas possam vir para Sangalhos”.
Na ocasião, Jorge Sampaio, em representação da edil Teresa Cardoso, reconheceu ser este “um ato de celebração do passado, do presente, mas também do futuro”, vincando o papel de todos aqueles que, ao longo destes anos, construíram Sangalhos e que permitiram que, naquele longínquo ano de 1985, merecesse ser elevado à categoria de vila.
A terminar a sessão, Artur Salvador, que agradeceu a Isilda Silva a forma dedicada como durante quatro anos deu “dignidade ao órgão” (AF), enquanto presidente e em conjunto com os deputados eleitos, num trabalho realizado “para o bem comum da freguesia”. O autarca elogiou ainda todos aqueles que se envolvem nos movimentos associativos, “uma essência da nossa freguesia de cabal importância”.
Após as intervenções dos representantes dos movimentos associativos, todos os presentes foram convidados para um Espumante de Honra.

Associações reconhecidas
Associação de Caçadores e Pescadores de Sangalhos; Associação de Ciclismo da Beira Litoral; ADASFES – Associação de Dadores de Sangue da Freguesia de Sangalhos; Associação de Moradores de S. João de Azenha; Centro Cultural Fogueirense; Centro Cultural de Sá; Escuteiros de Sangalhos – Agrupamento n.° 681 de S. Vicente; Grupo Cáritas da Freguesia de Sangalhos; Sangalhos Desporto Clube; União Columbófila do Cértima; Misericórdia da Freguesia de Sangalhos; Núcleo de Karate de Sangalhos; ACPFB – Associação de Carochas e Pão de Forma da Bairrada; AGVS – Associação das Geminações da Vila de Sangalhos; Coral Stella Maris; Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada; Associação Fogueira com Escola; Grupo Desportivo da Fogueira – secção veteranos; Clube de Atletismo de Sangalhos HM; Amigos 100 Pressa; Centro Escolar de Sangalhos.