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Bairrada // Oliveira do Bairro  

Prejuízo da FIACOBA, 140 mil ou 180 mil euros?

O PSD de Oliveira do Bairro deixou bem claro, na última Assembleia Municipal, que não concorda com o relatório efectuado pelo vereador do CDS/PP sobre as contas da FIACOBA e Feira do Cavalo e que reflecte um prejuízo de 180 mil euros. Recorde-se que o presidente da Câmara já assumiu que os dois eventos deram um prejuízo de 140 mil euros.

Criatividade. Nuno Barata, líder de bancada do PSD, disse estar “perante um extenso documento que evidencia uma clara apetência para as expressões escritas e uma ainda maior para a criatividade interpretativa, sobretudo, se essa criatividade deturpar e confundir realidades e até verdades”.

Nuno Barata acusou Jorge Mendonça (advogado) de não saber fazer contas, explicando que a soma de uma das parcelas apresentadas no documento está mal efectuada, mas “não há mal nenhum em não saber somar… eu também não sei nada de leis”.

Diz ainda que “quem assina este documento não sabe que o IVA não deve ser considerado despesa, já que o município pode ir buscar o valor do IVA. Se fizerem o favor de retirar o valor do IVA, verificarão que obterão um valor muito próximo daquele que o executivo avançou e que o vereador Jorge Mendonça dizia estar errado”.

Nuno Barata questiona “se será possível que alguém que ocupou relevantes cargos municipais no tempo da antiga Fiacoba não se lembre como eram feitas as contas e os financiamentos? E ainda os contratos?”

“Será que não se lembra da abismal diferença de qualidade e de dimensão da Fiacoba desse outro tempo, dessa antiga Fiacoba com a actual?”

Nuno Barata reforça ainda se o vereador da oposição, Jorge Medonça, “tem uma extraordinária capacidade para as expressões escritas, terei de lhe reconhecer uma outra: a invejável capacidade para distorcer a realidade, para descortinar, num acto criativo de grande latitude, erros graves e procedimentos eventualmente ilegais onde e de facto só há seriedade e procedimentos correctos”.

Fiscalização. André Chambel, líder da bancada do CDS/PP, diz que se trata de uma guerra de números, e o preocupante “não é a discrepância entre os números. É, sim, o facto das coisas serem feitas sem ser informada a vereação. É necessário saber como é que os dinheiros são gastos”.

“Preocupa-me o prejuízo de 140 mil euros. São 140 mil euros de prejuízo, mas foi necessário ir à pesca, à linha ir buscar a informação. Nos anteriores executivos, eram feitos relatórios assinados pela comissão executiva, com valores”. “Os membros das comissões obscuras, como o presidente quis insinuar, numa Assembleia anterior, responsabilizavam-se pelos prejuízos que a Fiacoba desse, “recordou André Chambel, defendendo ser necessário dizer “abertamente qual é o custo. Dizer que se gastou x, recebeu-se y e o saldo é este”.

Afirma ainda que “o presidente considera que a Fiacoba e a Feira do Cavalo é um investimento, mas não entendo por que é que não diz quanto é que custa”, acrescentando que “o vereador Jorge Mendonça foi fiscalizar e os senhores não gostam isso”.
Armando Humberto Pinto, vereador do PS, felicitou Jorge Mendonça pelo trabalho que fez. Até chegou a um valor muito próximo, motivo para lhe tirar o chapéu”.

Apostas. Mário João Oliveira afirma que “a Fiacoba e Feira do Cavalo não têm qualquer comparação com o que se passava com antigamente, pois são apostas diferentes”, sublinhando que “o deputado André Chambel se esqueceu dos subsídios que a Câmara Municipal pagava e das refeições que eram pagas e ainda de outras despesas”.

“Sabemos que não há evento nenhum que não custe dinheiro. Isto é mais malícia do que minúcia. Não sei se é esticar a linha ou a corda”, acrescentando que “as contas estão, ao contrário do que é dito, sempre disponíveis para consulta”.

Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt