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Bairrada // Crime da Mamarrosa // Mamarrosa // Oliveira do Bairro  

Psiquiatra que fez parecer sem ver doente alvo de inquérito

A Ordem dos Médicos moveu um processo disciplinar a um psiquiatra, do Porto, que elaborou um parecer, em julho de 2010, sobre um antigo advogado da câmara portuense, que nunca viu, nem com ele falou. No relatório, o médico afirma que o doente Cláudio Rio Mendes, que entretanto foi assassinado a tiro pelo ex-sogro, sofria alegadamente de perturbações psíquicas e não devia estar sozinho com a filha.
O psiquiatra que depôs em setembro de 2012, no julgamento do homicídio do advogado Cláudio Mendes, esclareceu no Tribunal da Anadia nunca ter visto a vítima e fez um diagnóstico impessoal, apenas com base nas informações dadas pela ex-companheira.
“Fiz um parecer inespecífico e impessoal”, disse repetidamente ao Tribunal, embora o juiz presidente, Jorge Bispo, lhe observasse que quem estivesse por dentro do conflito familiar em questão, facilmente perceberia referir-se a Cláudio Mendes.
Questionado do porquê desse parecer, sem observar o paciente, em que se inclinou para um quadro clínico de “perturbação esquizo-afetiva com grave transtorno da personalidade”, o psiquiatra explicou-o como meio de ajudar as pessoas a lidarem com a situação que lhe era exposta, e admitiu não ter produzido mais nenhum parecer semelhante, na sua carreira. Recorde-se que ainda em vida, Claúdio Rio Mendes apresentou uma queixa na Ordem dos Médicos.