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Anadia // Bairrada  

Anadia: Orquestra Desigual da Bairrada inaugura sede

A Orquestra Desigual da Bairrada (ODB) deu mais um importante passo no último domingo, dia 8 de maio. Esta jovem associação, que completou um ano de vida no passado mês de fevereiro, acaba de inaugurar a sua sede no Edifício do Mercado Municipal, em Anadia.
Perante várias dezenas de amigos e convidados, Esmeralda Ferreira, presidente da direção, destacou o facto deste dia ser “a concretização de um sonho”, que se materializou em janeiro, com a passagem para esta nova casa. Aqui, a ODB tem duas salas, uma de cariz social e outra para os ensaios.

Um ano de sucesso. Em apenas um ano de existência, todos os 18 elementos que integram a ODB, quase na totalidade músicos amadores, podem orgulhar-se do trabalho realizado: um ano recheado de realizações, convívios e concertos, mas com vários projetos em carteira. Esmeralda Ferreira destacou a intenção de fazer crescer a ODB, com a entrada de gente jovem e de novos instrumentos (faltam clarinetes e violinos), mas também a intenção de abrir mais secções.
“A ODB é fruto de um conjunto de pessoas muitíssimo diferentes umas das outras, que têm em comum o facto de adorarem música”.
O repertório vai da música popular portuguesa até ao fado, passando pelas baladas e pela música clássica adaptada à ODB.
Com uma média de idades a rondar os 55 anos, a verdade é que o dinamismo, a energia e a alegria de todos os seus membros é deveras contagiante.
Isso mesmo foi sublinhado pela edil anadiense Teresa Cardoso que, na ocasião, se dirigiu à Orquestra como “um grupo que não sendo de jovens, tem um espírito muito jovem, uma energia espetacular e que conseguiu criar um projeto Desigual porque não há outro igual no concelho ou na região.”
Na hora dos discursos, Esmeralda Ferreira realçou a “desigualdade” do grupo porque “cada um, à sua maneira, ajuda a crescer e a dinamizar a ODB”. Por isso, acredita que estão no bom caminho: “queremos vir a desenvolver outras áreas musicais relacionadas com a dança, mas em géneros que ainda não sejam praticados em Anadia” por forma a continuar a fazer jus ao nome “Desigual”.

Força, dedicação, energia e empenho. A edil Teresa Cardoso não escondeu o seu carinho pela Orquestra devido “à forma como vocês sempre se dirigiram à Câmara, pela vossa compreensão, pela forma de estar e atitude, pela vossa garra, força, energia e dedicação”, sendo “um bom exemplo para todas as associações que existem no concelho. Não há adjetivos suficientes para vos classificar”.
Teresa Cardoso salientou ainda o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto Sentir Anadia que tem conseguido mobilizar associações e coletividades que até estavam algo dispersas no concelho. “Conseguimos que se organizassem, se aproximassem. Essa é uma realidade e hoje sinto que todas têm uma forma de estar diferente”. Uma mudança de estar que é também “motivadora” para a Câmara Municipal.
Neste dia de festa, Esmeralda Ferreira fez um balanço muito positivo do primeiro ano de atividade. Um ano marcado por inúmeras atuações, muitas de cariz solidário, mas com um feedback enorme, que “nos impulsiona e motiva a continuar e a fazer muito mais”. Daí que, só neste primeiro semestre de 2016, estejam já agendados dez concertos, na região e fora dela.
Na ocasião, destacou ainda o papel do director musical, Joaquim Peixinho, que tem tido “muito trabalho com a ODB” e que tem feito “mais um desempenho Desigual”, difícil de igualar.
A JB recordou que este sonho teve como primeira casa, em 2014, as instalações da Escola Primária de Mogofores, e que é graças ao apoio da Câmara Municipal de Anadia que “hoje aqui estamos. O apoio e incentivo da autarquia permitem que continuemos a fazer mais e melhor”.
“Na Câmara Municipal de Anadia encontramos pessoas inexcedíveis no seu desvelo (edil Teresa Cardoso; vice-presidente Jorge Sampaio e vereador Lino Pintado), que nos ajudaram a dar largas ao nosso projeto.”

Solidariedade e donativos. Felizardo Bandeira, “pai” da Orquestra por si sonhada e responsável pela área da tesouraria, avançou também que, apesar dos concertos solidários que vão realizando, a ODB tenta fazer o equilíbrio nas contas, estando a sua sobrevivência muito dependente de donativos. Por isso, a ODB vai avançar com uma angariação de sócios (quotas) para poder fazer face às despesas, já que, como explicou, “só o apoio financeiro da autarquia não chega”.
Em dia de festa, também Armando Castro, presidente da Assembleia-geral, se mostrou muito satisfeito com o trabalho realizado. Foi com orgulho que falou do esforço e dedicação que todos têm emprestado a este projeto. “O trabalho solidário dá-nos muito prazer mas temos de continuar a ter o apoio da Câmara de Anadia, de amigos e mecenas para fazer face aos investimentos realizados (equipamento de som e instrumentos).”
Catarina Cerca