Assine já


Anadia // Bairrada  

CAR de Anadia vai receber mais de um milhão de euros para obras de reabilitação

O Contrato-Programa para Desporto 2024-2028 assinado em dezembro, na sede do Comité Olímpico de Portugal, integra cinco medidas e 14 programas, alinhadas com os quatro objetivos do Governo para o setor.

Anadia está no lote de Centros de Alto Rendimento (CAR) que vão receber um investimento para obras de reabilitação. No caso do CAR de Anadia (em Sangalhos), trata-se de 1 milhão e 86 mil euros (com IVA), para aplicar em questões estruturais do edifício (ver caixa), segundo explicou a presidente da Câmara, Teresa Cardoso, ao Jornal da Bairrada, no final da assinatura dos primeiros contratos-programa de financiamento de uma linha de 10 milhões de euros do Plano de Desenvolvimento Desportivo.

Sangalhos, onde está localizado o Velódromo Nacional/Centro de Alto Rendimento de Anadia, foi o local escolhido para as assinaturas dos contratos-programa, onde marcaram presença, na penúltima quarta-feira, a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, que presidiu à cerimónia, o secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Fernando Gomes, e os representantes dos cinco CAR – Anadia (ciclismo, ginástica e judo), Montemor-o-Velho (remo e canoagem), Golegã (equestre), Caldas da Rainha (badminton) e Rio Maior (Desmor) –, respetivas federações e autarquias.

Este primeiro pacote de apoio marca o arranque operacional do Plano de Desenvolvimento Desportivo, criado pelo Governo para concretizar um investimento total de 65 milhões no desporto nacional.
“Modernizar os nossos CAR é investir diretamente no desempenho dos atletas portugueses, atuais e futuros.

É um passo efetivo para elevar os padrões de preparação, acelerar a transição para um novo patamar e reforçar a competitividade internacional”, destacou Fernando Gomes, presidente do COP.
Os contratos assinados resultam de um processo coordenado pelo COP, em articulação com a Fundação do Desporto, os CAR e as respetivas federações, que prosseguirá nas próximas semanas com a formalização e assinatura dos restantes acordos.

Compromisso de longo prazo

“Este é um passo decisivo no futuro do desporto em Portugal, que vai responder às diferentes necessidades do setor. É essencial para corrigir décadas de falta de investimento do poder central”, referiu a ministra.
Margarida Balseiro Lopes considera que este investimento permite aos atletas e equipas beneficiarem de melhores e mais adequadas condições de treino.

“Mais do que um investimento, é o compromisso de longo prazo com o desporto em Portugal”, sublinhou a governante, salientando o impacto do setor na economia, no turismo, inovação e saúde.
A ministra frisou que foram identificadas necessidades de investimento de sete milhões de euros nestes centros de alto rendimento, que “faltaram nos últimos anos”, lamentando que nunca tenha existido (por parte do poder central) um plano transversal para o desporto.

Impacto direto

Para o presidente do COP, aquela cerimónia teve um “simbolismo especial porque constitui a primeira concretização efetiva do Plano de Desenvolvimento Desportivo, através do qual o Governo está a investir 65 milhões de euros no desporto”. “Mais do que a assinatura de um documento, este é o arranque de um processo que vai ter impacto direto na preparação dos nossos atletas para os ciclos olímpicos vindouros”, realçou Fernando Gomes.

Sem este investimento na reabilitação e reapetrechamento dos CAR, o dirigente considerou que os atletas “não tinham condições” para continuar a sua preparação, nomeadamente para Los Angeles 2028.

Investimento reconhecido mas… é preciso mais

Para Teresa Cardoso, estes contratos representam, não só investimento, “mas visão estratégica para o futuro do desporto nacional”. São “instrumentos fundamentais para garantir que os nossos centros de alto rendimento disponham das condições adequadas para preparar os nossos atletas ao mais alto nível competitivo”, referiu a presidente da Câmara Municipal de Anadia, anfitriã da assinatura dos contratos-programa.

Teresa Cardoso referiu-se, “com particular orgulho”, ao Velódromo Nacional, “cuja importância transcende a sua função como espaço de treino”, sendo hoje “uma referência europeia, palco de grandes eventos internacionais, e fator de dinamização regional e coesão territorial”, com impacto “inegável” no desenvolvimento do ciclismo, mas também no desporto em geral.

A autarca lembrou que no dia seguinte – 11 de setembro – faria 16 anos desde a inauguração do Velódromo, casa residente de diferentes modalidades (ciclismo, ginástica e judo). Um investimento que é reconhecido na participação e prestação de dezenas de atletas e seleções.

O CAR de Anadia será alvo de um investimento de cerca de 1 milhão de euros, que será aplicado em intervenções várias: reparação das coberturas da nave e da unidade de alojamento; correção e pintura do piso do Velódromo (que já acusa algum desgaste, fruto da sua utilização quase permanente), melhorias no piso da cave, impermeabilização e pintura de paredes interiores e exteriores, e beneficiação de áreas de apoio logístico, nomeadamente garagem, oficina e armazém.

Apesar de valorizar este investimento, a presidente da Câmara não deixou de alertar que aquela infraestrutura necessita “de outros investimentos igualmente prioritários e que possam minimizar os encargos que o Município tem com esta instalação, nomeadamente ao nível da redução da fatura energética”.

Referiu, concretamente, a necessidade de uma forte aposta na eficiência energética, seja na substituição dos aparelhos de iluminação ou na climatização e tratamento de ar e águas sanitárias com a aplicação de painéis fotovoltaicos.