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Ílhavo

Festival do Bacalhau “uma experiência única” para celebrar até domingo

Jardim Oudinot é palco do certame que conta com a presença de 10 restaurantes e 10 empresas de bacalhau, duas padarias e dois bares.

Começou na passada quarta-feira, dia 10 e prolonga-se até ao próximo domingo, dia 14 de agosto. Falamos do Festival do Bacalhau que está a decorrer no Jardim Oudinot (Gafanha da Nazaré), nas margens da ria e com o Navio Museu Santo André como pano de fundo.

Na sessão inaugural, que contou com a presença de Vanda Batista, da Direção Geral de Agricultura e Pescas do Centro, João Campolargo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, reconheceu ser o certame uma “montra de excelência da história, da identidade, da economia, da cultura e da gastronomia do município, da região e do país”.

Edil João Campolargo destacou a importância do associativismo e da economia local na preservação de tesouros únicos: “a nossa cultura e gastronomia”.

No entanto, não deixou de lembrar que a organização do certame se viu confrontada “com vários constrangimentos”, referindo-se em concreto à inflação generalizada dos preços, “que impactou num aumento considerável das aquisições e dos custos logísticos do evento”. Por isso, admitiu que “num orçamento ainda por fechar”, o certame representa um investimento direto da Câmara Municipal de Ílhavo próximo dos 400 mil euros.

Ainda assim, o edil ilhavense frisou que este é um “investimento na economia local e nas nossas associações”, assim como destacou o trabalho e empenho das associações que “até ao último minuto, lutaram para reunir as condições essenciais para o funcionamento dos seus restaurantes, tasquinhas e bares”, às quais se somam as empresas de bacalhau que “num trabalho meritório, fornecem as associações”, possibilitando a realização deste grande evento.

Seguro de que este é o “maior Festival do Bacalhau de Portugal”, fruto de uma organização que envolve a Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com a Confraria Gastronómica do Bacalhau, o edil ilhavense salientou ainda ser “um imenso orgulho” celebrar o Festival do Bacalhau na Gafanha da Nazaré, “terra enraizada na história do bacalhau, de gente de trabalho árduo e de boa vontade a quem devemos, em muito, o legado herdado da indústria da pesca do bacalhau e da projeção da gastronomia do “fiel amigo” em todo o mundo”.

A força do associativismo local

Na ocasião, também a vereadora Mariana Ramos, centrou a sua intervenção no que esta edição tem para oferecer aos milhares de visitantes.

Vereadora, Mariana Ramos deu a conhecer a rica e variada oferta neste que é o maior Festival do Bacalhau do país

“Para esta edição, quisemos que o Navio Museu e o canal central do Jardim nos orientassem. Desta forma, teremos o Palco Estibordo onde decorrerão os grandes concertos diários, às 22h, cartaz assente numa diversidade significativa procurando alcançar os mais diversos públicos”, diria, referindo-se ainda ao “Forte das Brincadeiras, onde os mais pequenos dominarão o espaço a descobrir a ciência ou simplesmente, a brincar”.

Outro ponto realçado pela vereadora foi o Palco Bombordo, “onde os artistas locais, ao final de todas as noites, apresentarão os seus projetos”, ou ainda o “Pavilhão Âncora”, onde o visitante pode descobrir o artesanato local, conhecer as entidades e empresas ali representadas, experimentar novos aromas e sabores com os showcookings promovidos pelos parceiros do certame.”

Mas até domingo há muito para vivenciar no Festival do Bacalhau. Atividades desportivas, náuticas e terrestres, com destaque para a Corrida Mais Louca da Ria, bem como a Volta ao Cais em Pasteleira são algumas das propostas deixadas pela organização.

Mariana Ramos relembrou também as visitas guiadas, por antigos tripulantes, ao Navio Museu, bem como a performance de teatro baseada na obra de Bernardo Santareno “Nos mares do fim do mundo”.

Certame certificado Ecoevento

Atento à temática da gestão ambiental de um evento desta dimensão, o município introduziu a recolha seletiva de biorresíduos, tendo sido ainda reforçada a recolha seletiva de embalagens, vidro e cartão. Num certame que ostenta o selo Ecoevento até a limpeza e desinfeção são feitas com detergentes biodegradáveis com ciclo de produção assente em economia circular.

Nesta edição estão presentes 10 restaurantes e 10 empresas de bacalhau, duas padarias e dois bares compostos por associações representativas de todas as freguesias do município de Ílhavo, envolvendo aproximadamente 500 pessoas.

Perpetuar um símbolo nacional

“Depois de um penoso e triste interregno”, como diria Hugo Coelho, Grão-Mestre da Confraria Gastronómica do Bacalhau, sobre o interregno que o certame sofreu devido à pandemia, o festival está de regresso confirmando, uma vez mais, a enorme importância do “fiel amigo” para a região e para o país, não fosse o bacalhau “um símbolo nacional que orgulhosamente está enraizado nas nossas gentes”.

Representando um importante setor de atividade do município, “carregado de cultura, tradição, história e muitas vivencias”, Hugo Coelho sublinhou outra virtude do bacalhau: “que funciona como catalisador socioeconómico”, já que a economia local, direta ou indireta, está relacionada com o bacalhau que “continua a ter um papel de relevo na comunidade, seja na pesca, transformação, construção e reparação naval, comercialização, turismo ou gastronomia”.

O Grão-Mestre da Confraria do Bacalhau destacou ainda o facto do bacalhau ser “peça chave na cultura, na competitividade, na intensidade de uma terra que se quer dinâmica, próspera e de qualidade”, identificando no bacalhau “um elemento agregador” do Município de Ílhavo.

Não deixando de elogiar o facto do setor se estar a reinventar e a inovar, por forma a continuar a ser primordial na economia empresarial da região, entende também ser “um desígnio” da comunidade “perpetuar este legado”, já que “é uma responsabilidade de todos nós que vivemos nesta terra, nesta capital do bacalhau”.