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Bairrada // Vagos  

Vagos: Décadas para benzer a Igreja Matriz

Aberta ao culto no final da década de 70 [do século passado], a igreja de Vagos esperou quase 40 anos para ser benzida e obter a sagração do altar. A cerimónia já tem data marcada, 26 de julho, dia do padroeiro, S. Tiago, e conta com a presença do bispo da diocese, D. António Moiteiro.
A cerimónia esteve agendada para 1976, por altura da solenidade do Espírito Santo (Festas da Vila), mas os trabalhos de reconstrução do novo templo, que se arrastavam desde os primeiros meses de 1972, estavam atrasados. Alegadamente devido a “arreliadoras e numerosas paralisações”, atribuídas a “numerosas circunstâncias e ainda a dificuldades de mão-de-obra”, referia, então, o Pe. Manuel Carvalho e Silva, que pretendia uma inauguração “simples, como simples e silencioso foi o processo de construção”.
Anos mais tarde, já em 1985, face à existência de mais obras, seria o próprio Conselho Económico, alegadamente à revelia do pároco, a preconizar a necessidade da nova igreja ser inaugurada. Em comunicado (não assinado), a referida estrutura considerava que o templo deveria ser acabado, “principalmente no que toca à comodidade, acolhimento e embelezamento interno”.
Por decreto do bispo de Aveiro, o Pe. Carvalho e Silva cessaria funções em setembro desse mesmo ano, sendo transferido para Oiã. E seria no tempo do seu sucessor, Pe. Manuel Teixeira das Neves, que parte do sonho da comunidade católica vaguense se haveria de concretizar.
Aproveitando a sua presença em Vagos, para celebrar a eucaristia e o sacramento da confirmação, foi o próprio bispo, D. António Marcelino a dar por inaugurada a referida igreja, adiantando que a dedicação da mesma “se faria em cerimónia condizente, em data a escolher”. Por sugestão do pároco, publicada em artigo de opinião no mensário “Terras de Vagos”, propriedade da paróquia, a data mais apropriada “seria a 25 de Julho de 1987, sábado, festa de S. Tiago, padroeiro da freguesia”.

Arrepio das normas. O que acabaria por não acontecer, ao arrepio das normas promulgadas no Código de Direito Canónico de 1983, as quais determinam que “a nova igreja seja dedicada ou benzida quanto antes”, considera agora o atual pároco de Vagos, Pe. Manuel Carvalhais.
A cerimónia está, finalmente, marcada para 26 de julho, e conta com a presença do bispo de Aveiro. D. António Moiteiro estará em Vagos nessa data, para presidir aos ritos de bênção e sagração da igreja matriz, que curiosamente ainda continua em obras.
A última empreitada, já concluída, diz respeito à aplicação de seis portas de freijó brasileiro, fixação do crucifixo do Senhor da Agonia, e mudança da peanha que suporta a imagem do padroeiro, S. Tiago (século XVI). Para breve vai avançar o tratamento do soalho do coro, pintura de portas exteriores e melhoramento da iluminação elétrica.

Eduardo Jaques/Colaborador