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Associações empresariais alertam para preços incomportáveis dos combustíveis

A manterem-se os atuais preços dos combustíveis, torna-se muito difícil a retoma económica, consideram as associações empresariais da região de Coimbra.

As associações empresariais da região de Coimbra tomaram uma posição conjunta, na qual demonstram uma profunda preocupação face aos sucessivos aumentos dos combustíveis e alertam que, a manterem-se os atuais preços dos combustíveis, torna-se muito difícil a retoma económica.

Estas associações empresariais, onde se inclui a ACIBA – Associação Comercial e Industrial da Bairrada e Aguieira, sublinham que, desde finais do ano passado até hoje, os preços dos combustíveis aumentaram 17 semanas consecutivas. Como se não bastasse, em Portugal verifica-se que a margem bruta das gasolineiras é de quase mais 5 cêntimos por litro do que no resto da Europa, o que ajuda a explicar que, por exemplo, em janeiro, o preço médio antes de impostos da gasolina 95 em Portugal fosse o terceiro mais alto de toda a União Europeia. Se compararmos os preços dos combustíveis com os salários mínimos, de cada um dos países da UE, “verifica-se uma brutal disparidade entre Portugal e a maioria dos países da UE, o que desde logo retira competitividade à nossa economia, o que nos empobrece a todos, pois o combustível representa uma percentagem muito grande do orçamento de muitas famílias”.

Sendo a região de Coimbra, e principalmente os territórios que estas oito associações empresariais representam, uma área que se carateriza por mais de 95% de pequenas e médias empresas, “estes sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis traduzem-se em graves problemas, que comprometem o bom funcionamento e a competitividade destas empresas, agravado pela atual situação do país, reflexo da pandemia”, refere a nota conjunta.

De acordo com Bruxelas, o nosso país tem dos combustíveis mais caros da Europa, sendo a “fatia do Estado” (carga fiscal) o principal responsável para que os preços dos combustíveis em Portugal sejam tão elevados. De facto, os impostos sobre os combustíveis têm um peso de 60% no preço de venda final ao público, o que significa que por cada 100 euros gastos em gasolina 60 euros vão diretamente para o Estado.

As associações empresariais alertam que esta carga fiscal sobre os combustíveis “impõe impactos altamente negativos para a nossa economia, que a curto e médio prazo resultarão em aumentos sucessivos nos preços de venda de todos os produtos e serviços. Esta necessidade de as empresas aumentarem os seus preços, choca com a capacidade dos clientes suportarem mais aumentos de preços, e como consequência originará graves problemas financeiros para todas as empresas em Portugal”.

Por isso, afirmam, “é urgente que o Estado Português tome medidas no sentido de ajustar a carga fiscal dos combustíveis às capacidades económicas do país.  E quando tanto se incentiva as compras no Digital/On-Line, torna-se insuportável quer para as empresas quer para o público, em geral, suportar os elevados custos de distribuição indexados sempre aos preços dos combustíveis”.

Face ao exposto, “as empresas sentem-se a estrangular, sendo imperativo olhar para o aumento dos combustíveis e para o seu impacto extremamente negativo”, exigindo-se medidas por parte do Estado.